30 anos de Clara Crocodilo na Virada

Arrigo Barnabé - Foto: Luiz Cequinel
A madrugada na Virada da Corrente Cultural começou com música pop de vanguarda, numa grande apresentação em frente ao Paço Municipal. Arrigo Barnabé e a Orquestra À Base de Sopro dividiram o Palco Riachuelo para uma apresentação duplamente comemorativa: pelos 30 anos da ópera-rock Clara Crocodilo e pelo lançamento do DVD da obra, registro de um show do músico e compositor londrinense com a Orquestra feito em 2009. Tanta celebração se justifica. Clara Crocodilo foi o primeiro álbum lançado por Arrigo, em 1980, disco que inaugurou o movimento Vanguarda Paulista e se tornou um marco na MPB, pela curiosa mistura de música serial-dodecafônica com rock e poesia marginal bem humorada.

Segundo Arrigo Barnabé, executar Clara Crocodilo num show ao ar livre tem tudo a ver com o próprio conceito da obra. “Antes do registro em disco, eu e a banda Sabor de Veneno fizemos uma série de apresentações. Por isso, quando entramos em estúdio, a gravação de Clara saiu com o calor de um show ao vivo.”

Foto: Luiz Cequinel

No Palco Riachuelo, o público também pôde conferir a peça “Metamorfose”, escrita por Arrigo em 2006 especialmente para a Orquestra À Base de Sopro. “Esse é um show contemporâneo, que tem tudo haver com a noite curitibana” comentou o diretor artístico da Orquestra, Sérgio Albarch.


Em frente a um Paço Municipal iluminado, um público grande e mesclado. Maurício Cavalcanti conseguiu autografar sua coleção de discos de vinil de Arrigo Barnabé. “Tenho todos os discos e aproveitei a chance para conversar com ele e pegar seu autógrafo”. Já Jaqueline Saldanha, nunca havia ouvido o som do compositor londrinense e aproveitou a Virada da Corrente Cultural para conhecer as composições. “Vi a programação e decidi ver a apresentação. É um som diferente, curioso e instigante. Recomendo a todos”.